Por Elisa Marques
Mangás
Os primeiros mangás a chegaram no Brasil, datam de meados dos anos 60, eram importados e ainda em Japonês e foram utilizados para ensinarem as crianças o idioma dos pais e avós de forma divertida.
Apenas em 1988 os mangás começaram a ser publicados no Brasil em português. Eram publicados em formado ocidental e alguns chegaram a passar pelo processo de colorização, como aconteceu com AKIRA. Muitas vezes, esse processo fazia com que os personagens ficassem canhotos.
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(Formato de leitura dos mangás antigamente) |
Apenas no ano 2000 trazidos pela Conrad, os mangás começaram a ser publicados no formato que conhecemos hoje.
Em 3 de Fevereiro 1984 foi criada a ABRADEMI - Associação Brasileira de Desenhista de Mangá e Ilustração, com objetivo de divulgar e dar suporte aos primeiros desenhistas de Mangá brasileiros, bem como difundir a cultura do Anime e Mangá no Brasil. Começava-se assim a ministração de Cursos de Mangá.
Ainda em Setembro de 84, aconteceu a Vinda de Osamu Tezuka ao Brasil que realizaria uma exposição no MASP.
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(Osamu Tezuka e Mauricio de Souza) |
Mesmo com o mangá sendo conhecido praticamente apenas pela comunidade nipônica, a televisão noticiou o acontecimento como a “vinda de um Grande Artista ao Brasil”. Além da exposição, Tezuka também realizou uma Palestra para os estudantes da Abrademi, na qual você pode ver a transcrição aqui.
Animes
Os Primeiros Animes também chegaram na decada de 60, sendo praticamente impossível saber com exatidão qual o foi o primeiro, no entanto merecem destaque “Ribon no Kishi” (a princesa e o cavaleiro) e Kimba, o Leão branco do consagrado Mestre Osamu Tezuka.
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(cena de A Princesa e o Cavaleiro, o anime chegou ao Brasil sem o Roteiro, que foi improvisado pelos Dubladores) |
Diferentemente dos mangás, os animes foram dublados em português e eram veiculados na TV aberta em canais como a TV Tupi , Record, Gazeta e Manchete, pioneira na veiculação de Tokusatsu no final dos anos 80.
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(Jaspion, transmitido pela Manchete no Final dos anos 80) |
Os fãs ainda não se denominavam “Otakus” termo que foi adotado bem depois, material era escasso e difícil de se conseguir, também não existia internet ou outros meios que facilitassem a comunicação.Os Animes e Tokusatsu eram obtidos, ainda em japonês, em VHS por meio de videolocadoras no bairro da liberdade.
Eventos de anime tal como conhecemos hoje, eram praticamente impensáveis até então e mesmo encontro de fãs eram pequenos e raros.
A situação dos fãs de anime no Brasil começou a crescer e mudar a partir dos anos 90, como veremos na parte 2 dessa matéria.
Referências:
Abrademi
Ranma Edição 2
Entrevistados:
Alex Shinobi
Cido Ribeiro
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