Como era viver em Mauá nos anos 80 com relatos
Havia muitos mercadinhos de bairro, padarias com fornadas frescas e armazéns familiares. O centro da cidade era ponto de referência para quem queria fazer compras, ir ao banco ou resolver assuntos importantes. As feiras livres eram movimentadas e serviam também como ponto de encontro dos moradores.

Viver em Mauá nos anos 1980 era uma experiência única. A cidade passava por mudanças intensas, ainda marcada pelo ritmo industrial e pela luta por melhores condições de vida. As ruas tinham menos carros, os bairros ainda estavam em formação, e a sensação de comunidade era muito presente.
Este artigo reúne lembranças, contextos e curiosidades sobre como era o dia a dia dos moradores naquela década, com sugestões de locais onde fotos e relatos podem enriquecer ainda mais essa memória coletiva.
1. A cidade em transformação
Durante os anos 80, Mauá enfrentava os desafios típicos de uma cidade que cresceu rápido demais. Muitos bairros ainda não tinham asfalto, iluminação adequada ou rede de esgoto. A industrialização das décadas anteriores atraiu milhares de migrantes, e a cidade se expandiu em ritmo acelerado, mas sem um planejamento urbano eficiente.
Mesmo assim, havia um forte espírito de vizinhança. Os moradores se conheciam pelo nome, se reuniam nas calçadas e organizavam festas de rua. As vilas e bairros como Jardim Zaíra, Jardim Oratório e Vila Magini eram verdadeiras comunidades.
2. O transporte público era precário
Os trens ainda eram administrados por órgãos federais e sofriam com atrasos e superlotação. As composições eram antigas e a estação Mauá tinha estrutura modesta. As linhas de ônibus também eram limitadas, e muitos moradores precisavam caminhar longas distâncias até um ponto de transporte.
3. Escolas públicas e brincadeiras de rua
A educação era centrada nas escolas estaduais e municipais, com classes cheias e poucos recursos. Mesmo assim, havia um forte envolvimento dos professores com a comunidade. Muitas crianças estudavam de manhã e passavam as tardes na rua jogando bola, empinando pipa, brincando de taco ou esconde-esconde.
Era comum ver ruas cheias de crianças nos fins de tarde, especialmente nas periferias. O convívio com vizinhos e o espaço aberto eram parte do cotidiano.
4. O comércio local era o coração dos bairros
Havia muitos mercadinhos de bairro, padarias com fornadas frescas e armazéns familiares. O centro da cidade era ponto de referência para quem queria fazer compras, ir ao banco ou resolver assuntos importantes. As feiras livres eram movimentadas e serviam também como ponto de encontro dos moradores.
5. Lazer simples, mas marcante
O lazer em Mauá nos anos 80 era mais simples, mas muito valorizado. Havia bailes em clubes como o Grêmio Mauaense e festas de rua organizadas por moradores. Os campos de várzea estavam sempre ocupados por times amadores, e havia campeonatos que movimentavam os bairros.
Para quem queria um passeio diferente, o Parque Ecológico Guapituba (em formação na época) e o entorno da Estação Mauá eram locais de encontro. As praças também serviam como espaços de lazer e namoro.
6. Relatos de moradores
“No Zaíra, a gente jogava bola na rua até escurecer. Todo mundo se conhecia, e cada mãe cuidava do filho da outra.”
— Antônio Carlos, morador do Jardim Zaíra desde 1978
“Pegava o trem das 5h da manhã pra trabalhar em São Paulo. Era difícil, mas todo mundo estava na mesma luta.”
— Maria do Socorro, ex-funcionária da indústria química em Santo André
“As festas juninas nos bairros eram organizadas pelos próprios vizinhos. Fazíamos fogueira, quadrilha, tudo com a ajuda de todo mundo.”
— Denise Martins, moradora da Vila Assis Brasil
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