Memórias da avenida: A Casa que Ficava em Frente à Praça da Bíblia

Demolida em meados da década de 1990, sua ausência deixou um vazio físico — mas sua lembrança permanece viva nas recordações de quem passou por ali. Hoje, ao olharmos para fotografias antigas, sentimos não apenas saudade, mas também respeito por uma arquitetura que nos conecta a uma Mauá mais simples, mais humana, e repleta de significado.

Memórias da avenida: A Casa que Ficava em Frente à Praça da Bíblia

Em frente à tradicional Praça da Bíblia, em Mauá, existia uma casa que por décadas fez parte da identidade do bairro. Construída provavelmente entre as décadas de 1920 e 1940, a residência apresentava características comuns da arquitetura residencial paulista do período pré-industrial: fachada simétrica, telhado em duas águas com telhas cerâmicas, janelas de madeira com bandeiras de vidro e uma platibanda simples que ocultava parte do telhado. Elementos como o beiral estreito e a parede rebocada com pintura clara reforçavam o estilo discreto e funcional típico das construções urbanas da classe média da época.

Além de seu valor arquitetônico, a casa era carregada de memória afetiva. Foi testemunha silenciosa do cotidiano de gerações de mauaenses, observando da varanda o movimento crescente da cidade, os eventos na praça, e a lenta transição de um bairro pacato para uma cidade em expansão. Ali, famílias cresceram, histórias foram contadas, e a própria paisagem urbana se moldou ao seu redor.

Demolida em meados da década de 1990, sua ausência deixou um vazio físico — mas sua lembrança permanece viva nas recordações de quem passou por ali. Hoje, ao olharmos para fotografias antigas, sentimos não apenas saudade, mas também respeito por uma arquitetura que nos conecta a uma Mauá mais simples, mais humana, e repleta de significado.

A casa mostrada na nova imagem apresenta traços arquitetônicos típicos do início do século XX, provavelmente entre as décadas de 1920 e 1940. Aqui estão os elementos que ajudam a datar a construção:

Características arquitetônicas:

  • Abertura em arco na entrada principal, com moldura decorativa e símbolo no topo: muito comum em construções residenciais de influência eclética ou neocolonial do início do século.

  • Janelas de madeira com venezianas integradas: bastante usadas entre 1910 e 1940, antes da popularização do alumínio e ferro.

  • Telhado de barro com inclinação média e beiral saliente: típico de casas construídas com técnicas tradicionais.

  • Recuo frontal com muro baixo e gradil metálico fino: esse padrão era comum em residências urbanas de classe média no Brasil entre 1920 e 1950.

Estilo:

Essa casa representa um estilo residencial urbano clássico, anterior ao “modernismo popular” das décadas de 50 a 70. É provável que tenha sido construída como residência de uma família local em uma fase de urbanização inicial da cidade.

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