Hidrografia, vegetação, clima e relevo de Mauá: um olhar sobre a natureza da cidade
O relevo de Mauá é marcado por uma paisagem de muitos morros e picos íngremes, característicos da Serra do Mar, e por vales profundos, que foram em grande parte aterrados para ocupação urbana, fator que contribui para as frequentes enchentes na cidade. A única região tipicamente plana é o vale do Rio Tamanduateí, localizado no bairro Capuava.

Hidrografia
Uma característica bastante peculiar da hidrografia de Mauá é que nenhum dos seus rios ou córregos é alimentado por cursos d'água de outros municípios. Isso se deve à sua altitude elevada: todos os cursos d'água que cortam o território mauaense nascem dentro da própria cidade.
Entre eles, destaca-se o Rio Tamanduateí, o terceiro maior afluente do Rio Tietê na Região Metropolitana de São Paulo. Outros rios importantes que nascem no município são o Rio do Oratório, o Rio Pinheirinho e o Rio Guaió.
No perímetro urbano, os principais cursos d'água são o Córrego Taboão, o Córrego Corumbé e o Córrego Capitão João — este último corre sob a Praça 22 de Novembro, um dos marcos do centro da cidade.
Com o avanço da urbanização desordenada, muitos trechos de várzea que antes serviam para absorver o excesso de água da chuva foram aterrados. Como consequência, Mauá passou a registrar diversos pontos com risco elevado de enchentes.
Para tentar reduzir o problema, entre 1998 e 2002, o governo estadual, em parceria com a Prefeitura, construiu quatro piscinões:
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Piscinão do Parque do Paço (Córrego Taboão)
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Piscinão do Jardim Zaíra (Córrego Corumbé)
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Piscinão do Jardim Sônia Maria (Rio Oratório)
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Piscinão do Bairro Capuava (Rio Tamanduateí), este último considerado o maior da América Latina.
Apesar disso, a falta de manutenção, o excesso de lixo e o assoreamento têm comprometido a eficiência desses reservatórios no controle das enchentes.
Outro problema enfrentado pela cidade é a falta de saneamento básico adequado. A ausência de redes de esgoto e o descarte irregular de resíduos resultam em altos níveis de poluição nos cursos d'água urbanos.
Além disso, a partir de 2017, Mauá enfrentou sua pior crise hídrica. Em janeiro de 2018, o jornal Repórter Diário chegou a reportar que a maioria dos bairros passou cinco dias sem abastecimento de água. Entre os fatores que agravaram a situação estavam a dívida da cidade com a SABESP, o elevado índice de perda de água na rede e a falta de um posicionamento claro por parte da SAMA (Saneamento Básico do Município de Mauá).
Vegetação
O relevo acidentado e a variação de altitude proporcionam a Mauá uma grande diversidade de paisagens naturais. No passado, as encostas dos morros eram dominadas por uma densa Mata Atlântica, mesclada com espécies típicas do Planalto Paulista e com araucárias, adaptadas ao clima mais elevado.
Hoje, as áreas de vegetação nativa mais preservadas se concentram nos mananciais, no Tanque da Paulista, no Parque Ecológico Santa Luzia e nas encostas do bairro Guaraciaba.
As várzeas — originalmente cobertas por juncos e taboas, plantas típicas de áreas alagadiças — foram, em sua maioria, transformadas com a expansão urbana. Em ambiente urbano, apenas o Córrego Taboão ainda mantém parte da vegetação original, embora isso deva mudar com as obras de retificação e ligação ao Rodoanel.
Nos vales dos rios Guaió e Pinheirinho, na região de Capiburgo, a vegetação nativa ainda resiste, apesar do aumento da favelização. Já os picos dos morros, especialmente os mais elevados, eram cobertos por gramíneas e vegetação de pequeno porte. O exemplo mais conhecido é o Morro Pelado, cujo nome deriva justamente do aspecto "pelado" da sua cobertura vegetal.
Clima
Situada a 818 metros de altitude, no limite entre a Serra do Mar e o Planalto Paulista, Mauá possui um clima subtropical.
A temperatura média anual gira em torno de 18 °C, com verões raramente ultrapassando os 30 °C. Durante o inverno, as temperaturas variam entre 9 °C e 14 °C, proporcionando um clima ameno na maior parte do ano.
Relevo
O relevo de Mauá é marcado por uma paisagem de muitos morros e picos íngremes, característicos da Serra do Mar, e por vales profundos, que foram em grande parte aterrados para ocupação urbana, fator que contribui para as frequentes enchentes na cidade.
A única região tipicamente plana é o vale do Rio Tamanduateí, localizado no bairro Capuava.
Historicamente, a região foi conhecida como a Borda do Campo, pois era o local onde os primeiros bandeirantes, vindos de São Vicente, avistavam o início do Planalto Paulista.
O ponto mais alto do município é o Morro Pelado, com 867 metros de altitude — o terceiro mais alto da Grande São Paulo. No entanto, de modo geral, Mauá é considerada a cidade com maior altitude média da região metropolitana, em função da ausência de grandes áreas planas.
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