Da Praça 22 de Novembro ao Shopping Nova Estação: uma mudança que nem todos aprovaram

O Shopping Nova Estação, no centro de Mauá, foi construído onde antes existia a tradicional Praça 22 de Novembro, que abrigava um antigo terminal de ônibus, uma concha acústica e um chafariz luminoso nos anos 1970. Recentemente, a entrada do Terminal Central de ônibus passou a ser feita exclusivamente pelo shopping, o que gerou reclamações de passageiros por causa do aumento no tempo de deslocamento e da falta de acessibilidade.

Da Praça 22 de Novembro ao Shopping Nova Estação: uma mudança que nem todos aprovaram

Onde hoje se ergue o moderno Shopping Nova Estação, no centro de Mauá, já pulsou a vida da antiga Praça 22 de Novembro — um espaço icônico da cidade que, nas décadas de 1970 e 1980, abrigava um terminal de ônibus mais modesto, uma concha acústica para eventos culturais e um belo chafariz luminoso, que se tornou símbolo da região central. A praça era ponto de encontro, passagem cotidiana e parte da paisagem afetiva de milhares de mauaenses.

Com o passar das décadas, a praça foi sendo transformada, até dar lugar ao atual empreendimento comercial, que abriga também o novo acesso ao Terminal Central de ônibus. A integração entre o transporte público e o shopping visava modernizar a mobilidade urbana, mas a mudança, feita no dia 10 de junho, gerou críticas por parte dos passageiros.

Desde então, os usuários que antes acessavam as plataformas de ônibus por uma entrada direta ao lado da CPTM agora precisam subir até o piso superior do shopping, passar pelas catracas e descer novamente até o terminal. Esse trajeto, que parece simples, acabou se tornando um desafio para muitos.

Durante os horários de pico, a mobilidade é ainda mais difícil. Passageiros relatam perda de tempo, dificuldade de acesso e até impactos em suas rotinas. O auxiliar de farmácia José Pereira do Nascimento, por exemplo, passou a acordar 20 minutos mais cedo para não perder o ônibus e o trem. “Agora não tenho nem a opção de correr, porque é impossível andar com tanta gente”, contou.

Além disso, surgiram queixas sobre a falta de acessibilidade. A veterinária Iris da Silva afirmou que o trajeto que antes levava dois minutos agora chega a durar dez. “Não há acessibilidade adequada para quem está com criança, é idoso ou tem mobilidade reduzida”, disse. Uma passagem no térreo foi aberta para atender prioritários, mas o acesso, segundo relatos, está restrito a idosos com mais de 65 anos.

A Prefeitura de Mauá justificou a mudança como uma medida de segurança, alegando que já ocorreram atropelamentos na área, inclusive com vítima fatal. A administração municipal também informou que está monitorando a situação e iniciou obras para ampliar os acessos preferenciais no térreo, com previsão de entrega nos próximos dias.

Por sua vez, o Shopping Nova Estação declarou que o trajeto segue normas de acessibilidade e que não há intenção de forçar o consumo dos usuários. Segundo a nota oficial, o conceito de integração entre transporte e serviços é inspirado em grandes centros urbanos.

Enquanto isso, moradores e passageiros convivem com a nostalgia da antiga Praça 22 de Novembro e os desafios da mobilidade urbana atual. Resta torcer para que as melhorias prometidas tragam mais conforto e acessibilidade — sem apagar da memória a importância histórica daquele espaço para a cidade.

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