Os rios que contam a história: A hidrografia de Mauá e as origens que moldaram a cidade

A hidrografia de Mauá é, até hoje, um dos maiores tesouros ambientais da cidade — e um capítulo essencial para entender sua formação, sua cultura e sua relação com a natureza.

Os rios que contam a história: A hidrografia de Mauá e as origens que moldaram a cidade
Os rios que contam a história: A hidrografia de Mauá e as origens que moldaram a cidade

A história de Mauá pode ser lida nas águas que cortam seus bairros. Antes das indústrias, dos trilhos e dos prédios, eram os rios, córregos e nascentes que guiavam caminhos, definiam territórios e sustentavam as primeiras atividades econômicas da região.

A hidrografia de Mauá é, até hoje, um dos maiores tesouros ambientais da cidade — e um capítulo essencial para entender sua formação, sua cultura e sua relação com a natureza.

Entre Mata Atlântica preservada, áreas de mananciais e rios de importância estadual, Mauá guarda um patrimônio hídrico raro no Grande ABC. Conhecer suas sub-bacias é conhecer a própria cidade.

A paisagem que moldou Mauá: o sistema hídrico do Alto Tietê

Integrante do Sistema do Alto Tietê, a rede hidrográfica de Mauá é composta por inúmeras nascentes, córregos e corpos d’água que formam duas importantes sub-bacias:

  • Sub-bacia do Tamanduateí, responsável por grande parte da drenagem urbana;

  • Sub-bacia do Guaió, localizada integralmente em Área de Proteção e Recuperação de Mananciais.

Essas regiões são fundamentais para o abastecimento, para a preservação ambiental e para a memória histórica da cidade.

As Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais (APRM) são zonas que precisam ser preservadas para garantir a qualidade das nascentes e da água que abastece toda a região. Mauá é uma das poucas cidades do ABC que ainda conserva trechos expressivos desses ambientes.

A seguir, conheça a história por trás de cada uma dessas sub-bacias — histórias que revelam muito mais do que água: revelam a identidade de Mauá.

Sub-bacia do Tamanduateí: onde Mauá nasceu

Rio Tamanduateí: o rio que brota de uma caverna

O nome Tamanduateí divide opiniões entre os estudiosos do tupi: alguns dizem que significa “rio sinuoso”, outros, “rio do tamanduá grande”.
O que ninguém discorda é da importância desse rio.

Suas nascentes estão dentro do Parque Municipal da Gruta de Santa Luzia, um dos lugares mais simbólicos da cidade. A principal delas nasce dentro da própria gruta — uma caverna natural de pedra preservada até hoje.

Ao redor desse ponto, restam 484 m² de Mata Atlântica, onde no início do século XX funcionou a famosa pedreira Santa Luzia.

Um verdadeiro relicário natural.

Córrego Capitão João: a água que dividia fazendas

Nascido na Vila Morelli, o Córrego Capitão João era, no século XIX, a linha divisória entre duas grandes fazendas:

  • De um lado, a Fazenda Bocaina, onde hoje está a Casa da Cultura e o Museu Barão de Mauá.

  • Do outro, a Fazenda Capitão João, propriedade do influente Capitão João Franco da Rocha — cujo nome batiza até hoje uma das principais vias da cidade.

Atualmente canalizado, ele acompanha o traçado da ferrovia.

Córrego Corumbé: do Zaíra ao nome de avenida

Drenando bairros como Alto da Boa Vista e Zaíra, o Corumbé batizou a principal avenida do Jardim Zaíra — que mais tarde se tornou João Jorge Figueiredo e hoje é conhecida como Avenida Castelo Branco.

Córrego Taboão: entre loteamentos e o Paço Municipal

O Taboão nasce no Jardim Primavera, descendo paralelo à Avenida Papa João XXIII. Sua nascente fica em uma área loteada a partir de 1956, quando Alberto e Alessandra Manetta adquiriram o terreno da família Póvoa.

Hoje, perto do Paço Municipal, um piscinão foi construído ao longo de seu leito para controle de enchentes.

Sub-bacia do Guaió: a força dos mananciais e da devoção popular

Córrego Guaió: águas sagradas e histórias de fé

O Córrego Guaió está localizado em área de mananciais, próximo à estrada Nossa Senhora do Pilar — caminho histórico percorrido por fiéis de Mauá e Ribeirão Pires durante os séculos XVIII e XIX para chegar à antiga Igreja do Pilar.

No início do século XX, essa região tornou-se um dos principais polos da atividade oleira, devido à abundância de argila nas margens dos córregos.

Hoje, ao longo do Guaió, surgiram diversos pesqueiros, muitos deles irregulares, que ocupam o espaço antes dominado por olarias e chácaras.

A hidrografia de Mauá importa 

Os rios de Mauá contam histórias. Eles revelam antigas fazendas, caminhos religiosos, atividades econômicas, sítios ambientais raros e parte importante da formação urbana do Grande ABC.

Preservar essas águas é preservar nossa própria memória.

Essas sub-bacias são a prova viva de que Mauá nasceu da água, cresceu à beira das águas e continua sendo moldada por elas.

Garanta a sua Caneca Comemorativa de 2025 – 71 anos de Mauá! 

Uma peça criada especialmente para honrar essa trajetória rica, forte e inspiradora.
Adquira a sua e leve para casa um símbolo da identidade da nossa cidade.

 EDIÇÃO LIMITADA! GARANTA A SUA AQUI !!! 

Apoie o Mauá Memória

Sua colaboração nos ajuda a manter viva a história de Mauá

💳 Contribua via PIX
R$

Deixe 0,00 para gerar um código com valor em aberto