A Fonte Que Mauá Perdeu: Um Patrimônio Histórico Destruído em 1987

Em uma decisão que gerou surpresa e indignação, a Prefeitura de Mauá deu fim, em 1987, a um dos marcos históricos mais significativos da cidade: a fonte luminosa da Praça 22 de Novembro, no Centro. A demolição começou mesmo diante dos protestos de munícipes e vereadores que tentaram impedir que um símbolo tão importante da memória local fosse apagado.
A fonte, construída 27 anos antes, era assinada por ninguém menos que o renomado paisagista Burle Marx. Ela fazia parte do cenário urbano de Mauá e representava uma época de progresso, identidade e beleza para os moradores. Desde sua desativação, devido às obras da nova rodoviária, a população esperava sua restauração ou, ao menos, preservação. Mas não foi o que aconteceu.
Renato Maiani, presidente da Comissão de Memória da cidade na época, classificou a demolição como “absurda”. Ele declarou que não foi consultado nem informado previamente sobre a decisão. A perplexidade também atingiu o vereador Sérgio Luiz Walendy, que havia solicitado apenas a limpeza da área — e não a destruição total da estrutura. “Estou chocado. Meu pedido era por manutenção, não por demolição”, afirmou.
A falta de justificativas claras por parte da Prefeitura aumentou o descontentamento popular. A fonte foi ao chão sem explicação convincente, levando consigo um pedaço importante da história local.
Um patrimônio que virou entulho
O que foi destruído não era apenas concreto ou encanamento. Era memória coletiva. A fonte era um ponto de encontro, um cartão-postal local e um orgulho urbano. Sua eliminação levanta uma reflexão necessária: como tratamos o patrimônio histórico em nossas cidades?
Projetos assinados por Burle Marx são reconhecidos internacionalmente. Quantas cidades podem dizer que tinham uma obra dele em sua praça central? E quantas se dariam ao luxo de destruí-la?
E você, se lembra da fonte da Praça 22 de Novembro?
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