Num Trem da FEPASA ao cair da tarde

Num Trem da FEPASA ao cair da tarde

Num Trem da FEPASA ao cair da tarde

                                                         Aristides Thedoro

O carro enorme

como uma raposa fulva

deixa a Estação da Luz

17 e 45 e se pões a correr;

apita na curva

alinha frange

o aço range

o gaiato ri

a moça paquera

e a lagartona de aço

fura a neblina.

Novo apito na curva

mais uma encoxada.

A moça bufa, estrila

e a maquinona indiferente

vara a noite opalina

molhada pela garoa fina

veloz em direção à serra

atravessa seis cidades

roncando o mesmo refrão

o dia se vai

a noite se vem

o dia se vai

a noite se vem

o dia se vai

a noite se vem

E nesse galope medonho

vai desovando sua larva horrenda

por todas as estações

da Luz à Rio Grande da Serra

 

O Boêmio - Matão (SP), 10/10/2003 

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