A antiga lagoa Azul na cidade de Mauá

Mesmo sem estrutura apropriada, sem segurança, sem salva-vidas e muito menos regulamentação, a chamada “Lagoa Azul” virou um ponto quase turístico informal. Quem viveu esse período em Mauá lembra bem: o local era ao mesmo tempo encantador e perigoso. Entre histórias e lembranças, também houve acidentes. Algumas pessoas chegaram a se machucar gravemente, e relatos apontam até mortes envolvendo banhistas que desconheciam a profundidade irregular do lago — resultado direta da extração de areia, que deixava desníveis bruscos sob a água.

As fotos registradas por Denis O. Lobo em 1996/1997, hoje resgatadas para a memória histórica no Grupo Fotos Históricas do Grande ABC, mostram uma época em que Mauá ainda convivia intensamente com áreas de transição entre o rural e o industrial, entre o improviso e o lazer popular espontâneo.

Com o passar dos anos, o lugar se transformou. A antiga lagoa azul virou aterro, e o avanço urbano e logístico acabou cercando a região — hoje já próxima ao traçado do Rodoanel. A paisagem mudou, o perigo desapareceu, mas a lembrança permanece viva na memória de quem um dia mergulhou ali sabendo (ou não) dos riscos.

Um recorte da história mauaense que mostra como certos cenários, mesmo distantes de qualquer planejamento, acabam se tornando pontos simbólicos de uma época — onde a juventude se equilibrava entre o fascínio e a imprudência.