A Vocação Industrial de Mauá (1923–1944)

A produção de porcelanas também teve papel importante. A Fábrica Nacional de Artefatos de Porcelana Brasilusa foi fundada em 1925 na Rua Santa Helena, seguida pela Fábrica de Louças Mauá (também conhecida como Luso), da Companhia Industrial João Jorge Figueiredo, inaugurada em 1926 na Avenida Barão de Mauá, administrada por Genor Freire de Moraes por muitos anos.

A Vocação Industrial de Mauá (1923–1944)

Entre as décadas de 1920 e 1940, Mauá passou por uma transformação decisiva que consolidou sua imagem como uma cidade industrial. Segundo estudos do pesquisador Wanderley dos Santos, foi nesse período que surgiram dezenas de fábricas, olarias, curtumes, padarias, laboratórios e indústrias de artefatos que marcaram a economia e a paisagem urbana.

A partir de 1923, com a fundação da Companhia Cerâmica Mauá, instalada na Avenida Barão de Mauá, iniciou-se um movimento contínuo de implantação de novas atividades produtivas. No bairro do Tanque, por exemplo, surgiu a Fábrica de Louças de Pó de Pedra Paulista, pertencente à firma Maneti & Pedotti & Cia., com amplos pavilhões que chegaram a ocupar quase três mil metros quadrados, sob a gerência de Guido Monteggia.

A produção de porcelanas também teve papel importante. A Fábrica Nacional de Artefatos de Porcelana Brasilusa foi fundada em 1925 na Rua Santa Helena, seguida pela Fábrica de Louças Mauá (também conhecida como Luso), da Companhia Industrial João Jorge Figueiredo, inaugurada em 1926 na Avenida Barão de Mauá, administrada por Genor Freire de Moraes por muitos anos.

No mesmo período, a região passou a receber fábricas menores, mas fundamentais para a formação do perfil econômico da cidade, como Sebastião Brisanti & Lippi, que trabalhava com artefatos de cantaria desde 1926, no bairro Itapeva.

Outro marco ocorreu em 1927, quando Carlos Martins da Rocha solicitou isenção temporária de impostos municipais para instalar uma fábrica de tecidos, o que resultou na criação da indústria Nossa Senhora da Vitória, dedicada à produção de lã e juta.

Na década de 1930, novas atividades se multiplicaram. Surgiram o Laboratório Cléo, especializado em produtos farmacêuticos; a Metalúrgica Mauá, da firma Koneckny Braga & Cia.; e o Curtume Mauá Ltda., na Rua Dr. Justino Paixão. Pequenos negócios locais também se estabeleceram, como a Padaria São Geraldo e oficinas de conserto de calçados e olarias espalhadas pela cidade.

A partir de 1937, Mauá se fortaleceu ainda mais no setor cerâmico, com a fundação da Porcelana Mauá S.A. na Avenida Barão de Mauá e, no ano seguinte, da Cerâmica Mauá Ltda. Também se instalaram indústrias ligadas à extração de pedra, areia e produção de artefatos para construção, acompanhando o ritmo de urbanização da região.

Em 1943, foi fundada a Porcelana Real Ltda., na Rua Capitão João (antiga Estrada de Ribeirão Pires). A qualidade de sua louça foi tão reconhecida que ajudou Mauá a ganhar, mais tarde, o título de "Cidade Porcelana".

Até 1944, a cidade já abrigava empresas químicas, oficinas, fábricas de acessórios, olaria, metalúrgicas e pequenas produções familiares, formando um tecido industrial diversificado que sustentou o crescimento urbano e econômico que se intensificaria nas décadas seguintes.

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