B.H.C: A banda que sacudiu a cena rock de Mauá nos anos 80

 No efervescente cenário cultural de Mauá dos anos 1980, poucas bandas deixaram uma marca tão intensa quanto a B.H.C. Com uma estética crua, energética e profundamente ligada ao espírito do underground da época, o grupo ganhou destaque ao participar do Festival Mauaense, um dos eventos mais importantes para músicos independentes da região.

A banda conquistou o público logo na abertura do festival, numa terça-feira que se tornaria icônica. A apresentação, descrita como “explosiva”, chamou a atenção pela sonoridade agressiva, pela atitude no palco e pela identidade visual marcante — representada pelo logotipo estilizado com um rato, símbolo típico do imaginário punk e hardcore dos anos 80.

O impacto foi tão grande que a organização decidiu trazer o grupo de volta para uma apresentação especial na final do festival, realizada em 21 de outubro de 1985, numa segunda-feira à noite, no salão da Biblioteca Municipal de Mauá. A chamada da época deixava claro: “Você não pode perder!” — e muitos não perderam.

A B.H.C representava mais do que música. Representava a juventude inquieta de uma cidade industrial, a busca por expressão e a força da cultura alternativa em um período de transformações sociais. Seus shows, sempre intensos, eram pontuados por temas do cotidiano urbano, contestação e energia punk.

Hoje, a banda permanece na memória afetiva dos que viveram aquela fase e se tornou parte do patrimônio cultural da cidade. O cartaz preservado é mais do que um anúncio: é um documento histórico sobre um dos capítulos mais vibrantes da música mauaense.

Banda Mauaense BHC no ano de 1985 foto enviada por Cido Ribeiro