Doação histórica viabilizou Asilo e Santa Casa de Mauá em 1958

Em agosto de 1958, o município de Mauá deu um passo decisivo para a consolidação de sua estrutura de saúde e assistência social. Uma edição do jornal Folha de Mauá registrou a aprovação de um auxílio estadual no valor de dois milhões de cruzeiros, destinado à construção do Asilo e da Santa Casa de Mauá, instituições fundamentais para o atendimento da população.

O recurso foi viabilizado por meio de um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelo deputado Alfredo Farhat, reconhecido à época como um dos nomes de maior projeção política no estado. O projeto autorizava o governo estadual a repassar os recursos ao município, desde que fosse providenciado um terreno para a obra.
A doação do terreno

O impasse foi resolvido com a atitude decisiva do empresário e líder local Cícero de Campos Povoa, que realizou a doação pública de um terreno considerado um dos melhores pontos da cidade. A iniciativa eliminou o principal obstáculo para a liberação dos recursos e foi amplamente destacada pelo jornal como um gesto de grande relevância para Mauá.

A proposta nasceu durante uma reunião informal entre autoridades municipais e estaduais, em um jantar promovido pelo cônego Alexandre Arminas. Estiveram presentes o então prefeito Ênio Brancalion, vereadores, representantes da imprensa local e lideranças políticas, reforçando o caráter coletivo do projeto.

Um município sem hospital

Naquele período, Mauá enfrentava um cenário preocupante: crescimento urbano acelerado, população numerosa e ausência de hospital próprio. A aprovação do auxílio estadual e a doação do terreno representaram uma resposta concreta a uma demanda urgente da cidade, permitindo o início da construção de uma estrutura hospitalar capaz de atender às necessidades básicas da população.

Alfredo Farhat: atuação além de Mauá

O deputado Alfredo Farhat possuía trajetória destacada na política paulista e nacional. Advogado, professor e parlamentar, exerceu diversos cargos públicos e chegou a representar o Brasil em missões internacionais, incluindo comissões ligadas aos direitos humanos na Organização das Nações Unidas (ONU). Sua atuação em favor de Mauá foi registrada como um marco de articulação política em benefício do município.

Um marco para a história da cidade

A notícia publicada pela Folha de Mauá em 1958 não apenas registrou um repasse financeiro, mas também revelou a união entre poder público, iniciativa privada e lideranças comunitárias em um momento decisivo da história local. A construção do Asilo e da Santa Casa simbolizou um avanço social significativo e permanece como um capítulo importante da memória mauaense.