Lembro com saudade das tardes de domingo no Cinema Symaflor, ali no centro de Mauá. Era um dos lugares mais animados da cidade nos anos 1980. A gente juntava a turma, comprava o ingresso na bilheteria — que tinha aquele vidro meio embaçado — e ficava esperando o próximo filme começar.

O cheiro da pipoca quente tomava conta do saguão. O pipoqueiro era uma figura! Sempre com o carrinho cheio de pipoca estourando na hora, manteiga derretida e saquinho de papel. Tinha também aquele refrigerante gelado em garrafinha de vidro, que a gente tomava antes de entrar na sala.

Os filmes que passavam eram os grandes sucessos da época: ‘De Volta para o Futuro’, ‘Os Caça-Fantasmas’, ‘Rambo’, ‘E.T.’, ‘Karatê Kid’, ‘Rocky Balboa’. Era uma emoção ver tudo aquilo na tela grande, com o som alto e as luzes apagando devagar. Quando começava o letreiro da Metro-Goldwyn-Mayer ou da Universal, o público até aplaudia.

A sala tinha aquelas poltronas vermelhas de tecido, meio gastas, e o projetor fazia aquele barulhinho de filme rodando. Às vezes a imagem dava uma tremida e o pessoal vaiava, mas era tudo parte da diversão. A gente saía do cinema comentando cada cena, sonhando em ser herói de ação ou descobrir um carro que viajava no tempo.

O Symaflor fazia parte da vida da cidade. Era onde a gente namorava, ria, se emocionava. Hoje, quando passo por onde ele ficava, dá um aperto no peito. Parece que ainda dá pra ouvir o som da máquina de projeção e sentir o cheiro da pipoca quente.