Mauá comemora 15 anos de emancipação política (1969)

Mauá está em festa. Amanhã, 8 de dezembro, comemora o 15.º aniversário de vida autônoma. É um dos principais municípios da região do ABCDRM, com perspectivas de grandes realizações, fator que por certo o coloca entre as primeiras comunas do Estado. Nesses 15 anos, a Cidade conseguiu alcançar posição destacada não só na região de que é parte integrante, como no próprio cenário brasileiro.

Em Mauá houve remodelação completa e, no momento, a visão característica é de trabalho. O centro da Cidade e os bairros mais afastados receberam melhoramentos básicos. Quase todas as ruas são calçadas. Neste ano foram pavimentadas 68 vias públicas, com 310 mil metros quadrados de pavimentação a paralelepípedos.

A principal artéria — avenida Barão de Mauá — está quase pronta para seu ensanamento, alargamento e arborização. Lojas das mais diversas são instaladas em prédios de vários pavimentos, tais como mercearias, bares, armarinhos, lojas de tecidos, relojoarias e sapatarias. O comércio assume feição metropolitana e o movimento bancário se intensifica.

Em futuro próximo será possível alcançar-se rapidamente a Via Anchieta por meio de moderna autoestrada, em construção pela Municipalidade em convênio com o DER e as Prefeituras de Santo André e São Bernardo do Campo.

Mauá conta com rede de luz elétrica pública e domiciliar, e de 1967 a 1969 foram implantados 2.422 postes de cimento, o que propiciou estender esse melhoramento a todos os bairros e vilas. A rede de água tem atualmente 38 quilômetros, e a segunda fase para ampliação do serviço prevê a instalação de nova caixa de água, bombas de recalque e tubulação. A responsabilidade da obra é do Serviço Autônomo de Água e Esgotos. Também a rede de esgotos, hoje com 25 quilômetros de extensão, será ampliada conforme os planos do SAAE.

A Cidade aos poucos vai mudando sua roupagem. Praças e jardins são objeto de embelezamento, assim como as próprias ruas. As antigas áreas de várzea estão sendo preparadas para se tornarem belos parques públicos. Mais de 5 milhões de cruzeiros foram investidos na retificação do Tietê e de seus afluentes, para melhor escoamento do tráfego. Modernas instalações rodoviárias servem ao Município.

Plebiscito

Atendendo às aspirações daqueles que desejavam a autonomia, em 1953, o Estado realizava em Mauá um plebiscito que decidia pela emancipação local. Isso aconteceu em 22 de novembro daquele ano e em 30 de dezembro a Assembleia Legislativa aprovava a lei n.º 2.456, que concretizava a antiga reivindicação.

O nome primitivo do Município era Pilar Velho, pelo fato de a primeira concentração populacional ter-se constituído nas proximidades da Capela do Pilar Velho, erguida nas imediações da linha divisória com Ribeirão Pires.

Fatos históricos

A história da fundação de Mauá é carecedora de dados. Sabe-se que entre os primeiros moradores da região estavam Antônio Franco da Rocha e Capitão João, que pequena capela edificaram entre Mauá e Ribeirão Pires, a fim de que os habitantes tivessem templo conveniente para professar suas causas.

Joaquim Pereira Pinto construiu um engenho de cana de açúcar e uma olaria. Joaquim Rosa se estabeleceu com venda de animais de montaria. Novos habitantes foram-se fixando e construindo um pequeno burgo. Assim, Bernardo Morelli se instalou com uma serraria; Manetti & Pedotti construíram no bairro do Tanque a primeira indústria de cerâmica, seguindo-se a instalação de fábrica de anilinas e uma indústria para moagem de trigo. Pouco a pouco foi-se formando uma coletividade industrial.

Nome atual

O nome de Mauá, dado em 1883 à estação ferroviária e à localidade, traduz-se num tributo de homenagem a Irineu Evangelista de Souza, visconde de Mauá.

A Cidade está localizada no traçado da EFSJ, zona fisiográfica industrial do ABCDRM, e compõe-se unicamente do distrito da sede. Foi elevada à categoria de Município pela lei estadual n.º 2.456, de 30 de dezembro de 1953, vigorando a 1.º de janeiro de 1954.

A Comarca de Mauá foi criada pela lei estadual n.º 8.092, de 28 de fevereiro de 1964. O juiz de Direito é o sr. Arnaldo Teixeira Mendes. O promotor público é o sr. Gerson de Franceschi Vieira.

Com uma altitude de 764 metros e uma área territorial de 73 quilômetros quadrados, a comuna é banhada pelo rio Tamanduateí e apresenta excelente clima temperado.

Datas históricas

• Em abril de 1883 dava-se a inauguração da estação da São Paulo Railway Company, atual EFSJ.

• Em 1909 inaugurava-se a iluminação a querosene, substituída 17 anos mais tarde pela iluminação elétrica.

• No dia 18 de outubro de 1926, elevava-se a categoria do distrito de Paz do município de São Bernardo do Campo.

• No dia 30 de novembro de 1938, Mauá passou a ser distrito de Santo André, e, em 1953, pela lei estadual n.º 2.456, de 30 de dezembro, conquistava sua emancipação político-administrativa.

• No dia 1.º de janeiro de 1954 instalava-se a nova Prefeitura, com administração própria.

• Dia 28 de fevereiro de 1964 criava-se a comarca de Mauá, cuja instalação dava-se em 30 de dezembro de 1966.

Prefeitos e presidentes da Câmara

Foram prefeitos de Mauá os srs.:

• Ennio Brancalion (1955-58)

• Elio Bernardi (1959-62)

• Edgar Grecco (1963-65), substituído pelo vice-prefeito José Mauro Lacava até 30 de janeiro de 1966

• Elio Bernardi (eleito em 1967), cujo mandato terminaria em 31 de janeiro do próximo triênio, passando a chefia do Executivo ao sr. Américo Perrella, eleito no pleito de 30 de novembro de 1968.

Ocuparam a presidência da Edilidade os srs.:

• Jorge Paschoalick (primeiro presidente da Câmara – 1956-57)

• Jorge Paschoalick (1958)

• Clayton Fernandes (1959)

• Inocêncio dos Reis (1960)

• Ariosto Fernandes (1961)

• Vicente Orlando (1962)

• Laudino Callegari (1963-65)

• Haroldo Vital (1966-67)

• João Sassi (1968)

• Luiz Gonzaga do Amaral Jr. (1969).

O Legislativo de Mauá é constituído de doze vereadores.

Arrecadação e economia

A arrecadação municipal em 1968 foi de NC$ 8.608.062,82, enquanto que o Estado arrecadou, no mesmo período, NC$ 18.000.000,00.