Os pioneiros japoneses em Mauá: uma história de coragem e transformação

A presença japonesa em Mauá começou na década de 1930, com a chegada das famílias Shimabukuro, Teruya e Kanashiro. Em meio a uma região ainda rural e isolada, esses pioneiros enfrentaram dificuldades, dedicando-se principalmente ao cultivo de batatas, hortaliças e, mais tarde, à avicultura. Com o tempo, a comunidade prosperou junto ao desenvolvimento urbano e industrial da cidade, tornando-se parte fundamental da história mauaense.

Os pioneiros japoneses em Mauá: uma história de coragem e transformação

A chegada dos primeiros imigrantes japoneses a Mauá remonta ao início da década de 1930. A família de Meitoku Shimabukuro foi a primeira a se estabelecer na região, em maio de 1930. Poucos meses depois, ainda naquele ano, veio a família do Sr. Teruya. Já em 1931, desembarcou na cidade Taije Kanashiro, que havia cruzado o oceano a bordo do histórico navio Kasato Maru, símbolo da imigração japonesa no Brasil.

Naquele período, Mauá era apenas um pequeno núcleo habitado nas imediações da estação ferroviária. Ao redor, predominavam áreas de capoeira, campos alagadiços e trechos de mata fechada, onde ainda eram vistos veados, queixadas, onças e serpentes.

Com o passar dos anos, a cidade foi se desenvolvendo, transformando-se no importante polo urbano e industrial que conhecemos hoje. O crescimento deveu-se, em parte, à expansão fabril, e, mais recentemente, às expectativas de modernização impulsionadas por obras como o Rodoanel, especialmente na região do Sertãozinho.

Paralelamente à evolução da cidade, a comunidade japonesa também prosperou. Seus descendentes alcançaram formação superior em diversas áreas e atuam de maneira expressiva na indústria, no comércio e nas ciências exatas e biológicas. Ainda há famílias que preservam tradições agrícolas, dedicando-se ao cultivo de verduras, batatas, frutas e à criação de aves.

Entre os marcos da colonização japonesa em Mauá está a chegada, em 1936, do grupo Yamato Mura, que se instalou no bairro Sertãozinho e dedicou-se ao plantio de hortaliças e batatas, contribuindo significativamente para o abastecimento local.

Nos primeiros anos, um dos principais obstáculos enfrentados por essas famílias era a dificuldade de acesso, causada pelas péssimas condições das estradas. Nas proximidades das pedreiras, os pioneiros foram os Shimabukuro e os Kinjo, que enfrentaram a mata virgem e os problemas de transporte. Outra parte da colônia estabeleceu-se na região conhecida como Quarta Divisão, a cerca de 12 km do centro, onde inicialmente se dedicaram ao cultivo da batata.

A partir dos anos 1970, a comunidade expandiu sua atuação para a avicultura. Nessa época, a colônia japonesa em Mauá já mantinha cerca de 60 milhões de aves, além de vasta produção de verduras, flores e batatas — reflexo da força e dedicação dessas famílias que ajudaram a moldar a história agrícola da cidade.

Adaptado de: “De Pilar a Mauá”, Ademir Médici, p. 366.

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