Como era o transporte público em Mauá antes da CPTM: evolução e desafios

A criação da CPTM em 1992 marcou o início de uma reestruturação no transporte sobre trilhos em toda a Grande São Paulo. Em Mauá, as reformas na linha férrea, a modernização das composições e a integração tarifária começaram a melhorar, aos poucos, a mobilidade dos moradores.

Como era o transporte público em Mauá antes da CPTM: evolução e desafios

Antes da chegada da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o transporte público em Mauá era um desafio constante para seus moradores. A cidade, que crescia em ritmo acelerado desde meados do século XX, dependia de alternativas limitadas e muitas vezes precárias para atender à demanda de trabalhadores, estudantes e comerciantes que precisavam se deslocar diariamente, tanto dentro da cidade quanto para outras regiões do ABC e São Paulo.

Este artigo traz um panorama de como era o transporte público em Mauá antes da implantação da CPTM, destacando sua evolução, os meios de locomoção disponíveis e os principais problemas enfrentados pela população.

Os primeiros anos: trens de carga e locomotivas antigas

Desde o início do século XX, Mauá já era cortada por trilhos de trem, mas inicialmente voltados ao transporte de cargas e produtos industriais. As locomotivas passavam pela região, mas o serviço de passageiros era limitado e pouco confiável. A antiga Estrada de Ferro Santos–Jundiaí atendia algumas estações, mas o embarque era demorado, os vagões desconfortáveis e os horários irregulares.

Até meados dos anos 1970, quem usava o trem como meio de transporte dependia de composições antigas, muitas vezes superlotadas, e que sofriam com atrasos constantes. O sistema era operado por órgãos estatais como a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), mas não havia integração com outros meios de transporte.

Ônibus urbanos e lotações: uma solução parcial

Com o crescimento populacional nas décadas de 1950, 1960 e 1970, surgiram as primeiras linhas de ônibus operadas por empresas privadas e permissionárias locais. No entanto, a infraestrutura ainda era limitada. Muitas ruas não eram asfaltadas, o que tornava as viagens mais demoradas e desconfortáveis, especialmente em dias de chuva.

As linhas de ônibus intermunicipais que ligavam Mauá a Santo André, São Bernardo e São Paulo também eram escassas e caras. Além disso, havia o problema das lotações — vans e peruas que operavam de maneira informal para suprir a deficiência do sistema regular, geralmente sem controle de segurança ou horários definidos.

Estação Mauá: antes da CPTM

A estação ferroviária de Mauá, inaugurada em 1883 com o nome de Pilar, era um ponto importante para o embarque de passageiros mesmo antes da criação da CPTM. Porém, nas décadas anteriores a 1990, a estrutura da estação era antiga e com manutenção deficiente. A acessibilidade era ruim e o entorno da estação era caótico, com poucos pontos de apoio para os usuários.

A espera pelos trens podia levar mais de uma hora, e muitos trabalhadores tinham que sair de casa antes das 5h da manhã para garantir lugar nos vagões que os levariam à capital.

Desafios da mobilidade urbana

Entre os maiores desafios do transporte público em Mauá nesse período estavam:

  • Baixa frequência dos trens e ônibus

  • Superlotação nos horários de pico

  • Infraestrutura viária inadequada

  • Falta de integração entre os modais

  • Crescimento desordenado da cidade sem planejamento viário

A população dependia, muitas vezes, da boa vontade de motoristas, cobradores e fiscais, pois o sistema não era padronizado nem fiscalizado com o rigor necessário.

A chegada da CPTM e o início de uma nova fase

A criação da CPTM em 1992 marcou o início de uma reestruturação no transporte sobre trilhos em toda a Grande São Paulo. Em Mauá, as reformas na linha férrea, a modernização das composições e a integração tarifária começaram a melhorar, aos poucos, a mobilidade dos moradores.

Embora os problemas não tenham sido resolvidos de imediato, a chegada da CPTM representou um avanço significativo em relação ao cenário anterior, oferecendo maior previsibilidade, conforto e segurança aos passageiros.

O transporte público em Mauá, antes da CPTM, era marcado pela precariedade, improviso e desorganização. Mesmo com o esforço de empresas locais e da população, os desafios eram muitos. A história da mobilidade urbana na cidade é, portanto, também uma história de resistência, adaptação e, aos poucos, de transformação.

Conhecer esse passado é essencial para compreender as conquistas e as carências que ainda hoje impactam a vida dos mauaenses.

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