A Década de 1920 em Mauá: quando o Pilar começou a se transformar em cidade

Décadas depois, em 1985, os formandos de 1935 se reencontraram no Museu e Casa de Cultura Barão de Mauá. O momento foi marcado por emoção e lembranças. Nomes como Lídia Collalino Cecon, Rúbens Antico, Thereza Pedro Bernardi e tantos outros ficaram registrados na história — pessoas que viveram o tempo em que Mauá ainda era o velho Pilar.

A Década de 1920 em Mauá: quando o Pilar começou a se transformar em cidade

Nos anos 1920, Mauá ainda era o antigo bairro do Pilar, um lugar pequeno, cheio de charme e memórias que hoje ajudam a entender o nascimento da cidade. Era uma época em que o tempo parecia andar devagar, e as histórias eram passadas de geração em geração, como verdadeiros tesouros de família.

As primeiras escolas e o início da educação em Mauá

Naquele tempo, Celestina Santéo, ainda jovem e solteira, fazia parte de um grupo de mulheres que ajudaram a formar os primeiros alunos da região. As escolas eram simples, mas cheias de vida: a escolinha de cima, onde hoje fica o Paço Municipal, e a escolinha de baixo, onde atualmente está o Cartório do 2º Ofício, na rua Justino Paixão.

As professoras — dona Maria, que vinha de São Paulo, e dona Brasília, que viajava todos os dias de Santos para lecionar — alfabetizavam as crianças em apenas dois anos. Era o suficiente para que os pequenos aprendessem as primeiras letras e deixassem espaço para os mais novos.
A educação em Mauá nascia assim: simples, dedicada e feita com o coração.

Reencontros e memórias que atravessam gerações

Décadas depois, em 1985, os formandos de 1935 se reencontraram no Museu e Casa de Cultura Barão de Mauá. O momento foi marcado por emoção e lembranças.
Nomes como Lídia Collalino Cecon, Rúbens Antico, Thereza Pedro Bernardi e tantos outros ficaram registrados na história — pessoas que viveram o tempo em que Mauá ainda era o velho Pilar.

Em 1986, a professora Lirys Espinaldo de Castro, já com 82 anos, recebeu uma visita da Comissão Memória de Mauá. Emocionada, escreveu à mão uma mensagem que ecoa até hoje:

“Aqueles tempos felizes em que fui professora em Mauá… Obrigada.”

Palavras simples, mas que refletem o quanto Mauá é feita de lembranças, afeto e raízes.

O tempo da Fábrica Grande e dos bailes no Pilar

Dona Celestina, que mais tarde passou a se chamar Celestina Santiago, recordava com carinho o período em que trabalhou na Fábrica Grande, uma das primeiras fábricas de louças da região. Sob a direção do senhor Manoel Pedro, ela lembrava das tardes de sábado em que as moças eram liberadas mais cedo para comprar rosas — um gesto que se transformava em tradição.

À noite, durante os bailes no AA Industrial, os rapazes compravam essas rosas para oferecer às damas com quem dançariam uma valsa. Eram tempos de romantismo, comunidade e elegância, que marcaram a alma da cidade.

As famílias pioneiras e o nascimento de Mauá

O velho Pilar era habitado por famílias que ajudaram a construir o que hoje conhecemos como história de Mauá. Entre elas, os Antico, os Milanesi, os Dell’Antonia, os Merloni, os Agnello, os Cardoso e os Morelli.

Ermelino Antico, um dos moradores mais antigos, lembrava com clareza das famílias que formaram a base da cidade. Ele descrevia Paulo Cardoso, o popular “Paulão”, como um homem generoso, conhecido em São Paulo por seu trabalho e solidariedade.

Essas famílias abriram caminhos, ergueram comércios, construíram casas e ajudaram a transformar o Pilar em uma comunidade próspera — o embrião do que viria a ser a cidade de Mauá.

As paineiras do coração da cidade

Na metade dos anos 1920, foram plantadas duas paineiras centrais, que se tornaram símbolos do nascimento da cidade. Elas cresceram junto com Mauá, testemunhando casamentos, festas, mudanças e gerações inteiras que passaram sob sua sombra. Uma delas foi cortada em 1937, mas a outra resistiu — e até hoje é lembrada como símbolo da força e da memória mauaense.

Cada lembrança dessa década conta mais do que fatos — conta sentimentos.
Mauá nasceu da união, do trabalho e da esperança de pessoas que acreditavam no futuro.
E é graças a essas histórias que a memória de Mauá continua viva até hoje.

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