A História de Mauá: Da Terra Cassaquera à Cidade Industrial

As primeiras referências ao atual território de Mauá datam do início do século XVIII. A região era conhecida pelos indígenas como "Cassaquera", que significa "Cercados Velhos". Já a parte alta, onde hoje ficam Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, era chamada de "Caguassu", ou "Mata Grande". Cassaquera era um povoado disperso, situado em uma rota importante que ligava a Vila de São Paulo ao litoral. Essa passagem cortava o território de Mauá, acompanhando o curso do rio Tamanduateí.

A História de Mauá: Da Terra Cassaquera à Cidade Industrial

Mauá tem uma história rica e cheia de transformações. Desde os tempos coloniais até sua consolidação como um dos principais polos industriais do ABC Paulista, o município passou por diversas fases marcantes.

As Origens

As primeiras referências ao atual território de Mauá datam do início do século XVIII. A região era conhecida pelos indígenas como "Cassaquera", que significa "Cercados Velhos". Já a parte alta, onde hoje ficam Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, era chamada de "Caguassu", ou "Mata Grande".

Cassaquera era um povoado disperso, situado em uma rota importante que ligava a Vila de São Paulo ao litoral. Essa passagem cortava o território de Mauá, acompanhando o curso do rio Tamanduateí.

Conexões Estratégicas

O local tornou-se ponto de passagem para os povoados de Pilar e São Bernardo. Pilar, por sua vez, se formou ao redor da Capela de Nossa Senhora do Pilar, erguida em 1714 no atual Pilar Velho, em Ribeirão Pires. Outra trilha importante levava a Mogi das Cruzes, cruzando Taiaçupeba e Guaió.

A Ferrovia e o Barão de Mauá

Em 1856, foi aprovado um decreto para a construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, concedendo o direito de exploração ao Barão de Mauá, ao Marquês de Monte Alegre e ao Conselheiro José Antonio Pimenta Bueno.

O Barão de Mauá teve papel fundamental na execução da obra. Diante das dificuldades de financiamento, obteve autorização do imperador D. Pedro II para buscar investimentos no exterior. Em 1862, ele adquiriu uma fazenda na região — onde hoje está a Casa da Cultura e Museu Barão de Mauá.

A ferrovia, inaugurada em 1867, foi construída com tecnologia inovadora para vencer a Serra do Mar, utilizando planos inclinados e locomotivas estacionárias. A estrada conectava Santos a Jundiaí e impulsionou o desenvolvimento da região.

Estação Pilar e o Crescimento Local

Em 1883, foi inaugurada a Estação Pilar, construída em madeira. Sua presença foi determinante para o surgimento das primeiras indústrias locais. Em 1926, a estação passou a se chamar Estação Mauá.

Até então, a Vila do Pilar pertencia a São Bernardo. Em 1938, foi incorporada ao município de Santo André. A partir de 1943, começaram as manifestações populares por emancipação.

Emancipação Política

O plebiscito para a emancipação de Mauá ocorreu em 22 de novembro de 1953. No ano seguinte, em 3 de novembro de 1954, foram eleitos o primeiro prefeito, vice-prefeito e vereadores. A instalação oficial do município ocorreu em 1º de janeiro de 1955.

Desde então, o aniversário de Mauá é comemorado em 8 de dezembro, Dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, padroeira da cidade.

Linha do Tempo da Emancipação

  • 22 de novembro de 1953: Plebiscito sobre a autonomia do distrito

  • 3 de novembro de 1954: Eleição dos primeiros governantes

  • 1º de janeiro de 1955: Instalação oficial do município

  • 8 de dezembro: Aniversário de Mauá

Atual Administração Municipal

  • Prefeito: Francisco Marcelo de Oliveira

  • Vice-prefeita: Celma Maria de Oliveira Dias

  • Presidente da Câmara: José Carlos da Silva Martins

Indústria: A Força de Mauá

No início do século XX, surgiram as primeiras indústrias no povoado do Pilar. Entre elas, destacam-se:

  • Moagem de trigo Norza e Rosazza (precursora da moagem de sal do Matarazzo)

  • Fábrica de louças Viúva Grande e Filhos (conhecida como Fábrica Grande)

  • Cerâmica e serraria de Bernardo Morelli

A industrialização começou ao redor da estação ferroviária. A cerâmica e a serraria estavam próximas ao solo argiloso, ideal para produção de tijolos e telhas. Já as fábricas de louça se instalaram em pontos estratégicos como a atual Avenida Presidente Castelo Branco e a Avenida Barão de Mauá.

A Cidade Porcelana

Graças ao solo rico em argila branca, Mauá se destacou na produção de cerâmica e porcelana, sendo conhecida como "Cidade Porcelana". Em 1943 foi fundada a Porcelana Real, atual Porcelana Schmidt, consolidando esse setor na economia local.

A Chegada da Indústria Petroquímica

Na década de 1950, Mauá começou a receber empresas dos setores mecânico, metalúrgico e, especialmente, petroquímico. A inauguração da Refinaria União S/A em 1954 (hoje Refinaria de Capuava – Recap) coincidiu com a emancipação do município e marcou uma nova era no desenvolvimento econômico da cidade.

Polos Industriais

Hoje, Mauá abriga importantes polos industriais, como:

  • Polo Petroquímico de Capuava

  • Polo Industrial de Sertãozinho

As indústrias de maior porte continuam concentradas nesses polos, com destaque para os segmentos químico, petroquímico, metalúrgico e de autopeças.

Desafios e Futuro

Atualmente, Mauá enfrenta o desafio de promover um desenvolvimento econômico e social sustentável. A atuação do poder público, com reformas na legislação, políticas de incentivo e ações voltadas à inclusão social, é essencial para enfrentar as desigualdades e fortalecer o crescimento da cidade.

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