Banda Garotos Podres tem denúncia arquivada pela Justiça da Paraíba após polêmica envolvendo show na capital

A Justiça da Paraíba arquivou a denúncia contra a banda Garotos Podres após concluir que não houve crime durante o show realizado em João Pessoa. A investigação foi aberta com base em letras antigas atribuídas ao grupo, mas ficou comprovado que as músicas citadas não foram executadas na apresentação e que algumas nem fazem parte do repertório atual da banda. Sem provas de irregularidades, o processo foi encerrado, reacendendo o debate sobre liberdade de expressão artística e a interpretação de obras produzidas em outros contextos históricos.

Banda Garotos Podres tem denúncia arquivada pela Justiça da Paraíba após polêmica envolvendo show na capital

Justiça da Paraíba arquiva denúncia contra banda Garotos Podres após show em João Pessoa

Investigação foi aberta após apresentação do grupo punk paulista, mas Justiça concluiu que não houve crime nem execução das músicas citadas na denúncia

A Justiça da Paraíba decidiu arquivar a denúncia contra a banda paulista Garotos Podres, investigada após um show realizado em João Pessoa, no início de 2025. O arquivamento encerra um inquérito policial que apurava suposta incitação à violência e discursos de ódio atribuídos a letras associadas ao grupo, mas que, segundo a decisão, não foram executadas durante a apresentação.

A investigação teve início após um registro feito na Delegacia de Crimes Homofóbicos, Étnico-Raciais e de Intolerância Religiosa, que apontava possíveis irregularidades em canções antigas ligadas à trajetória da banda. Entre os títulos mencionados estavam músicas compostas décadas atrás, algumas que não fazem mais parte do repertório do grupo e outras que nem sequer são de autoria dos Garotos Podres.

A investigação teve como base músicas antigas associadas ao grupo, como “Fernandinho Viadinho”, “Führer”, “Voltem pro Nordeste” e “Papai Noel, Velho Batuta”, apontadas em denúncia como possíveis exemplos de incitação à violência ou discurso de ódio.

Durante a apuração, foram analisados depoimentos dos integrantes da banda, da produção do evento e materiais relacionados ao show. A Justiça concluiu que não houve execução das músicas citadas na denúncia, nem qualquer manifestação que configurasse crime durante a apresentação realizada na capital paraibana.

O vocalista Mao, fundador da banda, havia tornado público o inquérito nas redes sociais, afirmando que o grupo estava sendo investigado por conta de letras de cunho crítico e satírico, características marcantes do punk rock brasileiro dos anos 1980. A divulgação gerou ampla repercussão e mobilização de artistas, fãs e defensores da liberdade de expressão.

Com o arquivamento do caso, a Justiça entendeu que não existiam elementos suficientes para sustentar a acusação, encerrando oficialmente o processo. A decisão foi recebida como uma vitória por apoiadores da banda, que viam o inquérito como uma tentativa de criminalizar manifestações artísticas de caráter crítico e histórico.

O episódio reacende o debate sobre os limites da interpretação jurídica de obras artísticas, especialmente aquelas produzidas em contextos políticos distintos, e sobre a necessidade de diferenciar crítica social, sátira e linguagem simbólica de condutas efetivamente criminosas.

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