Brincadeiras de Rua: A Magia Perdida das Décadas de 1970, 1980 e 1990

As tardes se estendiam até o pôr do sol, quando o chamado das mães ecoava de longe: “entra que já está escurecendo!”. Era um Brasil diferente, onde a vizinhança se conhecia pelo nome e todos cuidavam uns dos outros. As ruas eram seguras, os carros eram poucos e o asfalto, quando existia, servia de palco para jogos, risadas e muita imaginação.

Brincadeiras de Rua: A Magia Perdida das Décadas de 1970, 1980 e 1990

Houve um tempo em que as ruas dos bairros eram verdadeiros parques de diversão. Muito antes dos celulares, videogames e redes sociais, as crianças brasileiras encontravam alegria nas calçadas, vielas e praças, em brincadeiras simples, criativas e cheias de vida. Nas décadas de 1970, 1980 e 1990, brincar na rua era mais do que passatempo — era uma forma de convivência, amizade e liberdade.

As tardes se estendiam até o pôr do sol, quando o chamado das mães ecoava de longe: “entra que já está escurecendo!”. Era um Brasil diferente, onde a vizinhança se conhecia pelo nome e todos cuidavam uns dos outros. As ruas eram seguras, os carros eram poucos e o asfalto, quando existia, servia de palco para jogos, risadas e muita imaginação.

Com base em relatos de quem viveu essa época, o Mauá Memória preparou um Top 6 das brincadeiras de rua mais lembradas — aquelas que marcaram gerações e ainda hoje despertam nostalgia.

1. Pega-pega

Clássico absoluto das ruas brasileiras, o pega-pega (ou “corre-cotia”, em algumas regiões) unia meninos e meninas em corridas frenéticas. Havia várias versões — “pega-congela”, “pega-cor” e até “pega-ajuda”. Simples, democrático e cheio de risadas, era a brincadeira perfeita para gastar energia.

2. Esconde-esconde

Nada se comparava à emoção de se esconder atrás de um portão ou dentro de um quintal vizinho enquanto alguém contava até dez. O suspense de ser descoberto (ou não) fazia o coração bater mais forte — e a rua virava um enorme tabuleiro de aventura.

3. Queimada

Com bola de meia, bola de borracha ou qualquer coisa que servisse, a queimada era paixão nacional. Formavam-se times, torcidas e disputas acirradas. Apesar de alguns “bolões” deixarem marcas, a diversão era garantida e inesquecível.

4. Carrinho de rolimã

Símbolo da engenhosidade das crianças da época, o carrinho de rolimã era feito à mão — com madeira, pregos e rodinhas retiradas de patins ou rolamentos. Descer ladeiras com ele era pura adrenalina e liberdade.

5. Pipa (ou papagaio)

Soltar pipa era quase uma arte. Cada criança cuidava do seu equipamento com orgulho, decorando-o com papel colorido e linha encerada. As “guerras de rabiola” eram intensas, mas tudo acabava em risada e amizade.

6. Amarelinha

A amarelinha, desenhada com giz ou carvão no chão, era sinônimo de concentração e equilíbrio. Pulando de quadrado em quadrado, as crianças desafiavam umas às outras com criatividade e alegria. Uma das brincadeiras mais antigas e queridas do Brasil.

Essas brincadeiras representavam uma época em que a infância acontecia ao ar livre, cercada de vizinhos, amigos e histórias. O conceito de “segurança” era outro: os adultos ficavam nas calçadas conversando, e todos sabiam quem era filho de quem. Era comum emprestar brinquedos, dividir lanche e transformar qualquer pedaço de chão em campo, pista ou esconderijo.

Hoje, com o avanço da tecnologia e a urbanização crescente, essa cultura se perdeu em muitas cidades. No entanto, as lembranças continuam vivas — especialmente na memória de quem teve o privilégio de crescer em uma época em que a rua era extensão de casa e o brincar, um ato de liberdade.

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