Conheça a fábrica que foi pioneira em porcelana fina no Brasil: Porcelana Mauá

Em 1937, nascia em Mauá um dos maiores símbolos da industrialização local: a Porcelana Mauá, fundada por Fritz Schmidt. O que começou como uma iniciativa ousada logo se tornaria um marco no setor de porcelana fina no Brasil. Durante mais de três décadas, a fábrica ajudou a moldar o perfil industrial da cidade e a consolidar o título que Mauá levaria com orgulho — o de Capital da Porcelana.

A Porcelana Mauá representava elegância e técnica. Suas peças, de acabamento refinado, refletiam o cuidado e o talento dos artesãos que faziam parte de sua história. Muitos desses exemplares, hoje raros, ainda são guardados com carinho por colecionadores como Moacyr Antonio Ferrari, que mantém viva a memória do brilho e da arte produzidos ali.

Mais do que uma fábrica, a Porcelana Mauá foi um ponto de encontro da vida social da cidade. Funcionários participavam de desfiles cívicos, festas, competições esportivas e até concursos de misses. Era um tempo em que o trabalho e a convivência se misturavam, criando laços e histórias que ultrapassavam os muros da indústria.

Fritz Schmidt, fundador da Porcelana Mauá, mais tarde também ajudaria a criar a Porcela Real, outra importante empresa do ramo. Sua família continuou o legado, levando o nome de Mauá para além das fronteiras da cidade.

Nos anos 60, no entanto, o cenário começou a mudar. O clima de solidariedade entre os trabalhadores deu lugar a um período de greves e tensões. Em 1968, após anos de glória e reconhecimento, a Porcelana Mauá encerrou suas atividades, deixando para trás uma herança imaterial de talento, arte e história.

Hoje, a lembrança da Porcelana Mauá segue viva nas memórias de quem a conheceu — e nas mãos de quem preserva suas peças, testemunhas de um tempo em que Mauá brilhava com o reflexo da porcelana mais fina do país.