Gelinho: o sabor do verão e das ruas de Mauá nos anos 1990
Mais do que um simples refresco, o gelinho marcou uma geração e se tornou parte da memória afetiva de Mauá. Ele representa um tempo em que as relações de bairro eram mais próximas, as crianças brincavam nas ruas e o comércio acontecia de forma simples, direta e humana. Um pequeno pedaço da história cotidiana da cidade, congelado na lembrança de quem viveu os anos 1990 sob o calor e a alegria dessas ruas.
Durante a década de 1990, enfrentar o calor em Mauá tinha um ritual quase obrigatório: parar em alguma casa do bairro para comprar um gelinho. Simples, barato e extremamente popular, ele fazia parte da rotina das crianças, dos jovens e até dos adultos que buscavam um refresco rápido nas tardes quentes da cidade.
Diferente de hoje, o gelinho não era vendido apenas em bares ou com ambulantes. Em muitos bairros de Mauá, como Jardim Zaíra, Vila Bocaina, Jardim Itapeva, Jardim Oratório, Parque das Américas, Vila Assis Brasil e região do Centro, era comum que moradores produzissem os gelinhos em casa. Bastava passar pela rua para encontrar, pendurada no portão, no muro ou na janela, a clássica placa escrita à mão: “Vende-se gelinho”. Aquela simples frase já era um convite irresistível para quem vinha suado da escola ou brincava na rua.
Os sabores eram preparados de forma artesanal, geralmente com suco em pó, groselha, leite, coco ou chocolate. Cada casa tinha sua “especialidade”, e a fama se espalhava rapidamente entre as crianças do bairro. Muitas vezes, o dinheiro arrecadado ajudava na renda familiar, transformando o gelinho em uma pequena atividade econômica caseira, muito comum naquela época.
O momento da compra também tinha seu ritual: bater palmas no portão, chamar alguém da casa e escolher o sabor com cuidado, torcendo para ainda ter aquele preferido no congelador. Depois vinha a disputa para não cortar a língua no plástico e a corrida para aproveitar o gelinho antes que ele derretesse completamente sob o sol forte.
Mais do que um simples refresco, o gelinho marcou uma geração e se tornou parte da memória afetiva de Mauá. Ele representa um tempo em que as relações de bairro eram mais próximas, as crianças brincavam nas ruas e o comércio acontecia de forma simples, direta e humana. Um pequeno pedaço da história cotidiana da cidade, congelado na lembrança de quem viveu os anos 1990 sob o calor e a alegria dessas ruas.
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