Semana da Consciência Negra: Arte como Memória e Existência

A borboleta, presente de forma recorrente, simboliza transformação — um convite à mudança, ao renascer e à potência de existir, mesmo diante das rupturas impostas pela vida.

Semana da Consciência Negra: Arte como Memória e Existência
Semana da Consciência Negra: Arte como Memória e Existência

Nesta Semana da Consciência Negra, o Mauá Memória reforça a importância de reconhecer, valorizar e registrar trajetórias como a de RHAY — artistas que transformam suas vivências em obra, que constroem memória, e que reafirmam a presença negra como pilar da cultura, da história e da arte brasileira.

A produção de RHAY é um gesto político e poético. Ao tratar da morte para exaltar a vida, ao transformar dor em imagem, ao tornar visível o que tantas vezes é silenciado, o artista ecoa um chamado para olhar a existência negra em sua complexidade, beleza, força e direito de permanência.

Nascido em 1993, em Jandaíra, Bahia, Rhailander Conceição Exaltação, conhecido como RHAY, carrega em sua trajetória a força da ancestralidade nordestina e uma sensibilidade estética moldada pelas ruas, pelo Hip Hop e pela própria vivência enquanto homem negro no Brasil. Artista visual formado em Design Gráfico, RHAY encontrou no graffiti, no rap e na observação do cotidiano suas primeiras ferramentas de expressão.

Mudou-se para Mauá, cidade que se tornou terreno fértil para o crescimento de sua poética. Aqui, estudou desenho com o artista Sonyc, integrou-se à cena cultural local e se aproximou de diversos artistas que influenciaram sua jornada. Em Mauá, seu trabalho ganhou profundidade e novas camadas, abordando temas como vida e morte, tempo, vulnerabilidade, sobrevivência e espiritualidade.

Um acontecimento doloroso marcou sua trajetória: o homicídio repentino de seu pai. A partir disso, sua obra se transformou radicalmente, passando a refletir a fragilidade humana e os conflitos que atravessam a existência negra no Brasil. RHAY cria um sincretismo visual, misturando símbolos religiosos, filosóficos e culturais de múltiplas origens, costurando narrativas de pertencimento, perda, renascimento e resistência.

A borboleta, presente de forma recorrente, simboliza transformação — um convite à mudança, ao renascer e à potência de existir, mesmo diante das rupturas impostas pela vida.

Hoje vivendo em São Paulo, RHAY mantém sua ligação com Mauá, onde parte de sua história se consolidou. Suas obras compõem o acervo da Pinacoteca de Mauá, e ele integra o Projeto Afro, plataforma de referência na difusão de artistas negros/as/es brasileiros.

Trajetória e Exposições

Em 2019, RHAY realizou sua primeira individual, “Mundo de Vidro”, na Laje 795 (SP). Também integrou importantes coletivas, como:

  • Jaguar Parade — Hotel Unique e Shopping JK Iguatemi (SP, 2019)

  • Coleta ABC — itinerante pelas 7 cidades do ABC (2019)

  • EducArte — Museu Barão de Mauá (2018)

  • Intra — Galeria de Artes Licia Simoneti, Limeira/SP (2018)

  • 1ª Mostra de Arte Urbana de Mauá — Pinacoteca de Mauá (2017)

  • Cow Parade — Museu da Casa Brasileira (2017)

  • Mostra Internacional Sk8 Art 4 Life Show — Piola Jardins, SP (2016)

  • Pericentro — Caosarte, SP (2016)

  • EntreMeios — Casa Criativa, Mauá/SP (2016)

  • Primeira Mostra de Artes Plásticas de Mauá — Museu Barão de Mauá (2016)

Você pode conhecer mais obras de RHAY no acervo da Pinacoteca de Mauá: clique aqui

Perfil do artista no Instagram: clique aqui

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