Sertãozinho: O Bairro que Nasceu da Terra e do Trabalho

Como muitas áreas periféricas de Mauá, Sertãozinho passou pelo processo típico da industrialização brasileira: da zona rural para o urbano, sem que houvesse planejamento adequado. A expansão populacional da cidade empurrou centenas de famílias para regiões mais afastadas, como Sertãozinho, atraídas pela disponibilidade de terrenos e pelo custo mais acessível do solo.

Sertãozinho: O Bairro que Nasceu da Terra e do Trabalho

Entre os muitos bairros que compõem a rica tapeçaria urbana de Mauá, o Sertãozinho ocupa um lugar especial. Localizado em uma área de antigas formações rurais e com solo propício à agricultura e ao extrativismo vegetal, Sertãozinho foi, durante décadas, fonte de matéria-prima e mão de obra para os ciclos econômicos da cidade.

As origens: madeira e barro

Segundo relatos encontrados no livro De Pilar a Mauá, Sertãozinho era uma das regiões da cidade de onde os moradores retiravam madeira bruta — usada na construção de casas e barracos, principalmente nas áreas mais carentes de infraestrutura. Um exemplo simbólico disso aparece na história de Ataíde Pires de Camargo, morador da favela do INPS, que levou madeira nas costas desde Sertãozinho para levantar seu primeiro lar.

Essa relação direta entre o bairro e as necessidades habitacionais da cidade mostra como Sertãozinho funcionou por muito tempo como suporte silencioso da urbanização mauaense, fornecendo recursos naturais em meio a um cenário de crescimento desordenado.

Do campo à cidade

Como muitas áreas periféricas de Mauá, Sertãozinho passou pelo processo típico da industrialização brasileira: da zona rural para o urbano, sem que houvesse planejamento adequado. A expansão populacional da cidade empurrou centenas de famílias para regiões mais afastadas, como Sertãozinho, atraídas pela disponibilidade de terrenos e pelo custo mais acessível do solo.

Identidade e resistência

Mesmo com a escassez de serviços públicos durante boa parte do século XX, o bairro consolidou-se como uma comunidade resiliente, onde laços familiares e associativos ajudaram a superar dificuldades. A forte presença de trabalhadores — muitos oriundos das indústrias da cidade — moldou a identidade local com base no esforço coletivo, nas tradições migrantes e na fé.

Referência bibliográfica:

MEDICI, Ademir. De Pilar a Mauá. Prefeitura do Município de Mauá: Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, 1986.

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