A história de Mauá moldada no barro, no fogo e nas mãos de quem construiu a cidade

Pouco depois, em 1925, Antônio Garcia Vilella fundou a Fábrica Nacional de Artefatos de Porcelana Brasilusa, especializada em tijolos refratários e isoladores. Anos depois, em 1937, a estrutura seria adquirida por José Cândido Cerqueira Leite — que transforma o nome da família em uma das maiores potências que Mauá já viu.

A história de Mauá moldada no barro, no fogo e nas mãos de quem construiu a cidade

Antes de Mauá ganhar as avenidas movimentadas, os shoppings, os bairros que conhecemos hoje, a cidade pulsava ao som dos fornos acesos. O barro era ouro. E as mãos dos trabalhadores, verdadeiras escultoras da identidade mauaense. Ali nasciam telhas, tijolos, pratos, xícaras — e principalmente, uma comunidade inteira que encontrava na cerâmica e na porcelana sua forma de viver, prosperar e transformar a cidade.

Essa história começa em 1904, quando Bernardo Morelli e Emigdio Perrela abriram a Cerâmica Morelli. Com apenas seis anos de funcionamento já contavam com 70 operários. Produziam tijolos “furados” e telhas tipo canoinhas, peças simples, mas fundamentais para as primeiras construções da região. Morelli não foi só um industrial — ele plantou uma visão de futuro, propondo o primeiro plano de urbanização da cidade, chamado Centro Industrial do Pilar.

Quando a Morelli encerrou suas atividades em 1916, outra força nascia: a Viúva Grande e Filhos, conhecida como Fábrica Grande. Adélia e Olga Grande, ao lado do técnico químico Emílio Pasianot, ergueram uma das maiores potências industriais do início do século. Foram as primeiras a pagar imposto na cidade, em 1916, e durante décadas lideraram arrecadação e geração de empregos. Produziam louças domésticas, adornos, tigelas, canecas e materiais refratários. Mudaram de nome algumas vezes, mas nunca perderam seu papel essencial na economia local.

Nos anos 1920, a produção se expandiu ainda mais. Em 1923 surgia a Fábrica de Louças de Pó de Pedras Paulistana, carinhosamente chamada de Fabriquinha. Chegou a ter quatro pavilhões e 80 operários, produzindo cerca de 20 mil pratos por dia. Pratos que saíam de Mauá para mesas de todo o país. Em 1943, ela se transformaria na Companhia Cerâmica Mauá S.A., deixando como legado o icônico tanque da Paulista.

Pouco depois, em 1925, Antônio Garcia Vilella fundou a Fábrica Nacional de Artefatos de Porcelana Brasilusa, especializada em tijolos refratários e isoladores. Anos depois, em 1937, a estrutura seria adquirida por José Cândido Cerqueira Leite — que transforma o nome da família em uma das maiores potências que Mauá já viu.

A Cerâmica Santa Helena, fundada em 1935 por João Gomes e os irmãos Guerino e João Chiarotti, também embalou a cidade com sua produção de vasos e estatuetas em terracota. Começou com apenas dez operários e chegou a 40 profissionais — um verdadeiro exemplo de crescimento e força empreendedora.

Mas seria a partir de 1937 que Mauá entraria definitivamente no mapa nacional da porcelana fina. Nesse ano nasce a Porcelana Mauá, do visionário Fritz Erwin Schmidt, que mais tarde participaria da fundação da Porcelana Real. A empresa se destacou pela fabricação de aparelhos de chá, café, bolo, bibelôs e artigos técnicos, tornando Mauá referência nacional na área.

Na mesma época, José Cândido Cerqueira Leite expande sua atuação e, ao adquirir a Brasilusa, ergue a poderosa Cerâmica Cerqueira Leite. Entre as décadas de 1940 e 1950, a fábrica se torna a maior empresa de isoladores de porcelana da América do Sul. Fornecia para ferrovias, parques industriais, para a Barragem do São Francisco, e ainda oferecia escola primária, cursos profissionalizantes e assistência médica aos seus 300 funcionários — um verdadeiro complexo industrial e social.

E então, em 1943, surge a joia da porcelana brasileira: a Porcelana Real (mais tarde Porcelana Schmidt S/A). Com Arthur Leopoldo Schmidt como presidente, a empresa alcança o mundo. Suas peças viajaram para a Dinamarca, Noruega, Finlândia, Venezuela, África do Sul — e até para a Disneylândia, a Prefeitura de Nova Iorque, a Marinha Norte-Americana e todas as Embaixadas Brasileiras ao redor do planeta. Cada prato, xícara ou jarra carregava um pedacinho de Mauá para fora do Brasil.

É assim que entendemos que Mauá não nasceu apenas do concreto e das ruas que conhecemos hoje. Ela foi moldada no calor dos fornos, no barro que virou história, e principalmente nas mãos das milhares de famílias que encontraram na indústria ceramista sua forma de viver e sonhar.

Toda vez que seguramos uma peça de porcelana antiga, seguramos também uma memória da cidade — um fragmento vivo da época em que Mauá era referência internacional no setor.

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