COFAP: A fábrica que fez Mauá crescer
A Cofap marcou profundamente a história de Mauá. Fundada em 1951, cresceu junto com a cidade e com as pessoas que trabalharam ali, como Malvina Stella, que ajudou a formar equipes e abrir caminhos. Da produção de anéis à criação de grandes unidades industriais, a Cofap transformou o entorno, gerou empregos e impulsionou o desenvolvimento local. Uma fábrica que foi mais do que indústria: foi escola, oportunidade e identidade para gerações.
A história da Cofap se confunde com a própria história de Mauá. Fundada em 2 de abril de 1951, quando a região ainda fazia parte do Município de Santo André, a Companhia Fabricadora de Peças nasceu pequena, mas com um sonho grande: produzir peças automotivas de alta tecnologia, numa época em que essa ideia parecia ousada. E, segundo moradores antigos, se não fossem questões políticas, a Cofap teria sido inaugurada oficialmente já em território mauaense. Mas o tempo tratou de aproximar esse destino.
A empresa começou produzindo anéis de motor, fruto da visão de três pioneiros: Abraham Kasinski, Bernardo Kasinski e Maurício Grinberg. Eles acreditavam que o Brasil poderia desenvolver uma indústria forte, mesmo antes da chegada das grandes montadoras. E acertaram.
Assim como crescia o Brasil industrial, crescia também a Cofap. Em 1972, a empresa se instalou oficialmente em Mauá, adquirindo uma área na Avenida João Ramalho. Ali surgiram unidades essenciais: fundição de blocos e cabeçotes, fabricação de amortecedores, divisão de componentes de motores, setor de produtos sintetizados, além de refeitório e subestação própria. Onde antes se produziam 3 milhões de peças ao ano, passaram a ser 30 milhões.
Mas o coração dessa história está nas pessoas.
Como Malvina Stella, contratada em 1953. Jovem e decidida, ouviu críticas:
— Você é louca.
Isso porque nas proximidades já existiam gigantes como Pirelli e Firestone, além da Porcelana Real. Mas Malvina seguiu seu caminho. Começou na fundição, passou pela inspeção e logo foi convidada a assumir a seção de estoque. Mais do que isso: foi ela quem formou sua primeira equipe, chamando amigas e mulheres de Mauá que precisavam de oportunidade. Elas ficaram anos, construíram carreira, fizeram história dentro da fábrica.
Outros nomes também marcam essa trajetória: João Kappey, Alberto José, Erasmo Assumpção, Constantino Oliani, João de Souza, Luiz Gnan, Fernand Ezra Setton e tantos mais. Pessoas que viram Mauá crescer — e cresceram junto com ela.
Luzia Leonice Camolesi lembra que, em 1961, tudo ao redor da Cofap ainda era mato. Entre a Cofap e a Pirelli, apenas um morro vermelho. Em dias de chuva, chegar ao trabalho era uma aventura. Ela começou controlando peças, passou para vendas, depois marketing. E ficou. Assim como a cidade, que se transformava ao redor da fábrica.
Os números mostram essa evolução:
Em 1971, eram 1.000 funcionários.
Logo passou para 8.500, sendo cerca de 80% atuando em Mauá.
Mais do que um polo industrial, a Cofap se tornou um capítulo profundo da identidade mauaense.
A Cofap não foi apenas uma fábrica.
Foi oportunidade.
Foi escola.
Foi motor de vidas, sonhos e transformações.
Mauá cresceu com sua gente.
Sua gente cresceu com a Cofap.
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